Obra esparsa

Obra Esparsa

Meu depoimento

 

Ao montar este site e distribuir em coleções o que fiz e venho fazendo, atendo uma necessidade pessoal de enxergar-me como a um espelho o que aprendi com a ajuda de Adriana Palma, na época mestranda no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e organizadora da minha exposição no programa O MAC Conversa com o Artista. Na ocasião comentei o modo com que se apresentam o que tenho no acervo da casa, focando sobretudo o material projetado, os genericamente audiovisuais. Quando vi o materail colocado em ordem cronológica , vi-me como nunca antes, percebendo como uma coisa seguiu-se a outra e que a fragmentação da minha obra faz sentido como unidade no plano da intenção, mais que no plano da confecção.

 

Em entrevista a Francisco Salas, PM8Galeria, publicada em Turin, Itália em 2016, o assunto volta à baila como se vê no trecho reproduzido abaixo.

FS: In the conversation we had at O Embú das artes at your home last march 2016, you told me that some critics and art historians named you under different labels, some call you a video artist with a political approach, others call you a more existential conceptual artist and some others call you a visual poet. As we talked I think the three of them suit you well but without making any exclusion. There are three aspects of your practice that can be complementary. For instance some of your collaborative works like Trama are strongly political but also they have a visual poetry that makes it even stronger.

GB: Indeed it happens because people are not aware of the diversity of matters and media I have been dealing with. Those who call me a videomaker, usually are surprised by the small number of videos that are available. The same with my installations, happenings and so on. Nobody talks about my drawings which are the main part of what I am doing. In fact the way I think, the instrument of my thought. Not always in the same style.

You are right. All I care about is understanding what life is and for this I can use any thing that comes up: drawing; writing; filming; you name it. In a big unity. In an exhibition in New York a critic called me a Lyrical Conceptualist, that is a joke, theoretically speaking. Others call me a visual poet and so on. No one has put it all together which is a kind of schizophrenia. I mean, you just did it. Thanks for that.

A disposição em coleções em que as distribui aponta, na maioria dos acasos, o manejo multifário para a exposição de um pensamento. Aprofunda e reorienta a aproximação a cada um deles.

Mas há umas quantas operações que se mostram isoladas e que tem finalidades próprias, às quais chamei Obra Esparsa. Essas que aqui vão.

Gabriel Borba, 2021

Conjunto da Obra

A Mão da Moça

Figura

Obra esparsa

Embu Haint Blue, 2018

Tecnica mista sobre papel, 48.00 X 33.50 X 1.00

Obras, Séries e Coleções: Obra esparsa

Embu Haint Blue

Meu depoimento, 2018

 

Uma passagem curiosa é ter sonhado que meu amigo Fabio Magalhães, critico e curador de arte, me visitava e, diante de um desses meus desenhos quase sem nada, inacabado e dando trabalho, disse “põe um azul ai". Mas que azul?...

Da leitura de Harper Lee, To kill a Mockingbird, aprendi que os tetos das varandas do Alabama e dos estados do sul do EEUU são pintados de azul. E que o azul das varandas serve para espantar os "haints", assombrações da cultura afro-americana da região.

No catálogo da Sherwin Williams percebi que há pelo menos tres “haint blues” acompanhados de nomes dos lugares em que foram criados: Savannah Haint Blue; Charleston Haint Blue; Ohio Haint Blue.

 Resolvi fazer o Embu Haint Blue.

Gabriel Borba