Flusser 100 Anos

Flusser 100 Anos, 2020

Curador: Baruch Gottlieb

Video performance online

Flusser 100 Anos


Meu depoimento

 

Recebo de  Baruch Gottlieb, Vilém Flusser Archiv, Berlin, convite para juntar-me à celebração dos 100 de Flusser, em evento online do meio dia de 12, de Maio à meia noite, horário alemão. O evento vem em substituição do projetado festival em Robion, França, suspenso por efeito da pandemia de coronavirus em curso.

Optei por um video simples baseado na profunda impressão deixada por episódio da minha experiência como seu assistente. Tive a colaboração de Monai de Paula Antunes, pesquisadora de arte, colaboradora do  Vilém Flusser Archiv, Berlin, tudo feito por recursos de telefone celular, vencendo as distâncias que nos separavam.

O conjunto a que dei o título O Vento Uiva, ouça é composto por declaração; manifestação poética sobre texto lido e finale.

Gabriel Borba, 2020

 

VIDEO

Conjunto da Obra

O Vento Uiva, ouça

Jaula da Anta heliografia, 1976

Heliografia com madeira e fio, 47.70 X 57.00

Obras, Séries e Coleções: Jaula da Anta

Exposições: Copy Art in Brazil, 1970-1990, Espaço B / MAC, In Contextu, IX Congresso Brasileiro de Arquitetos

 

Jaula da Anta para o IX Congresso de Arquitetos

Meu depoimento

 

 Em agosto de 1976 inscrevi-me na Exposição Nacional de Arquitetura do IX Congresso Internacional de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, apresentei o projeto  Jaula da Anta, em cópia heliográfica a partir de desenho em papel vegetal.

Ao desenho que se vê aqui foi acrescentada, uma faixa lateral com o título da exposição e do congresso (obrigatórios) e, por minha conta, um “memorial descritivo” dizendo:

 

“Duas as Arquiteturas:

Uma ampla, grande, monumental,

Outra simples e próxima.

 

Aquela da nação, do continente,

Do mundo.

Esta, da Anta.

 

(o resto eis que é cimento)”

 

Ao pé da imagem, um desenho mais elaborado, igualmente em heliografia e de mesmo tamnaho, preparativo daquele que foi para a Bienal de Paris no ano seguinte, para a qual fui convidado.

 

Como em Esopo, a alegoria das figuras escolhidas para compor o projeto induz significados além das suas aparências. Corda, pena e anta são figuras da linguagem popular que usadas em uma mesma frase podem projetar um universo significativo –no caso prefiro a conotação simples, ao extremo, simplório, para anta. Experimente: "É uma anta. Que pena que esticou a corda até que arrebentasse"

O cavalete, suporte de coisas, conforme se o desenhe deixa-se ler ANTA. Liga-se a ME, substituição do sujeito por uma abstração de si e, com esforço, à cena do espelho em Nós Versão II.

Gabriel Borba, 2019