Jaula da Anta para o IX Congresso de Arquitetos
Meu depoimento
Em agosto de 1976 inscrevi-me na Exposição Nacional de Arquitetura do IX Congresso Internacional de Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, apresentei o projeto Jaula da Anta, em cópia heliográfica a partir de desenho em papel vegetal.
Ao desenho que se vê aqui foi acrescentada, uma faixa lateral com o título da exposição e do congresso (obrigatórios) e, por minha conta, um “memorial descritivo” dizendo:
“Duas as Arquiteturas:
Uma ampla, grande, monumental,
Outra simples e próxima.
Aquela da nação, do continente,
Do mundo.
Esta, da Anta.
(o resto eis que é cimento)”
Ao pé da imagem, um desenho mais elaborado, igualmente em heliografia e de mesmo tamnaho, preparativo daquele que foi para a Bienal de Paris no ano seguinte, para a qual fui convidado.
Como em Esopo, a alegoria das figuras escolhidas para compor o projeto induz significados além das suas aparências. Corda, pena e anta são figuras da linguagem popular que usadas em uma mesma frase podem projetar um universo significativo –no caso prefiro a conotação simples, ao extremo, simplório, para anta. Experimente: "É uma anta. Que pena que esticou a corda até que arrebentasse"
O cavalete, suporte de coisas, conforme se o desenhe deixa-se ler ANTA. Liga-se a ME, substituição do sujeito por uma abstração de si e, com esforço, à cena do espelho em Nós Versão II.
Gabriel Borba, 2019